segunda-feira, 27 de julho de 2009

Portugal na Vertical

De Viana do Castelo a Sagres, cerca de 650km em pouco mais de 24 horas, non stop, de noite e de dia, no último fim-de-semana de Julho, no primeiro dia de férias, de bicicleta... foi este o desafio auto-proposto pelo Pedro Alves... no Portugal na Vertical 2009.

E eu tive uma perspectiva privilegiada. A troco da integração da equipa de apoio, tive a oportunidade de assistir bem de perto a esta aventura, onde pude sentir as dificuldades do Pedro, as suas dúvidas e certezas, os diferentes momentos de humor, o cansaço, a aproximação do outro lado do humano, a força da determinação...

No final, nem me fazia muito sentido que ele me agradecesse... parecia-me que era eu quem tinha de agradecer.

Este tipo de aventuras têm trabalhos pouco relacionados com o enfrentar da dificuldade em si mesmo. Não é a essência do desafio, mas a equipa de suporte é importante. E o Pedro tinha um elemento que nem um profissional superaria: a extraordinária dedicação da Filomena. Eu disso fui testemunha também... assisti a tudo.

Uma última palavra para o segundo elemento do desafio... o Simões. Esteve em prova aproximadamente nos primeiros 100 Km e teve que desistir depois de uma queda. Está bem, mas foram muitos os momentos em que ele esteve no pensamento de todos nós. Há-de haver uma próxima... e eu vou continuar a torcer por ele.

Obrigado Pedro e Filomena.

PS1: Abraço para a malta do UMA que esteve no pensamento e nos assuntos discutidos pela equipa de apoio quando passámos ao largo de Tróia-Melides na manhã de Domingo

PS2:Um abraço também para o Rui Ruim e para o Bento, que acabei por conhecer ao irem ver o Pedro...




domingo, 19 de julho de 2009

A minha primeira vez… num Olímpico.

Agora sim, sinto que já fiz alguma coisa no triatlo. Foi a distância Olímpica (1,5Km+40Km+10Km), em Aveiro, num tempo de 02:35:41, tendo ficado em 130º lugar em 174 que o concluíram.

Nas minhas expectativas estava um tempo inferior a 02:30:00, mas acabei por gerir
o esforço em todos os segmentos e não estou desiludido com o que fiz. O parcial de natação foi o de 30:34, com a primeira transição a demorar 02:06, o parcial de ciclismo não aparece nos registos da classificação e andei a fazer contas para o calcular, e demorou 01:14:20 (já inclui a transição, que neste caso terá sido muito rápida – talvez 00:30). Por fim, no parcial de atletismo demorei 00:48:41. Os tempos foram o que acho que devia ter feito, talvez pudesse ter feito melhor na natação, sendo que fui fazendo a gestão do meu esforço ao longo de toda a prova...

(pequeno relato)

NATAÇÃO


Depois do triatlo da Amizade (feito há quinze dias) ganhei confiança para o segmento da natação. No entanto, pensei..., estava no Campeonato Nacional Individual, tive que me federar para fazer esta prova, e achava que só estava ali rapaziada de topo, ao contrário do que teria acontecido em V. N. de Cerveira. Para além disso, as características do percurso de natação, por um dos canais da ria, com a partida de um local que começava a afunilar nos primeiros 200mts e prevendo-se muita luta na água, optei, assim, por deixar partir toda a gente e arrancar nas traseiras do “pelotão”. Má opção. Rapidamente estava com uma parede enorme de pessoas à minha frente, que seguiam a um ritmo inferior ao meu. Ultrapassei uma primeira massa de gente, vislumbrei um campo aberto à minha frente e comecei o esforço na natação nesta altura (até aí tinha nadado lentamente a tentar fazer gincanas entre os companheiros desta prova). Pouco tempo depois estava com mais um grupo pela frente que, novamente, tive dificuldades em ultrapassar. As razões eram simples: pouca visibilidade, os canais da ria são estreitos e os adversários seguiam uns aos lado dos outros e ocupavam uma parte significativa da largura do canal. O retorno dos 750mts surgiu e um pequeno engano deste grupo, cedeu-me a passagem e lá fui… Voltei a nadar forte e voltei a ter mais um grupo para ultrapassar. À terceira foi de vez, ganhei força e meti-me no meio de dois nadadores e tentando não magoar ninguém, lá voltei a ficar com a ria aberta, só para mim. Daí até ao final ainda ganhei mais uns lugares, mas foram fáceis as ultrapassagens porque eram participantes isolados. Ainda sprintei na fase final e acabei com a sensação que fazia outro tanto sem grandes problemas… (Os meus treinos longos em piscina são de 3000mts, fazendo normalmente 1h). Considero que posso descrever este segmento como salgado, estreito, enlameado, com a primeira parte cheio de gente e… fácil.

1ª TRANSIÇÃO


Nas minhas anteriores participações em triatlos, retive sempre uma certa dificuldade na passagem da natação para a bicicleta, com alguma falta de fôlego no momento em que calçava as sapatilhas. Ontem não foi assim. Senti-me lúcido na transição. Tive que tirar a touca e os óc
ulos, colocar um snack no bolço, calçar as sapatilhas (ainda não tenho sapatos de encaixe), colocar os atacadores entrelaçados uns nos outros (para não correr o risco de ficarem enrolados na corrente), colocar os óculos por causa do pó e colocar o capacete (apertado)… Ainda pensei se estava tudo e… lá fui.

CICLISMO

Quando comecei o segmento de cicl
ismo, o meu pensamento era integrar-me rapidamente num grupo. No início estava com uma série de ciclistas próximos de mim e tentei perceber se poderia ir com eles!?! Uns fugiram-me e outros ficaram para trás… Não deu, fui sozinho na primeira volta. Era um percurso com muitos retornos, que implicavam abrandamentos e a retoma do nosso ritmo, situação que causa grande desgaste. Numa zona de rotundas, onde há um ano (quando tinha feito o meu primeiro triatlo de promoção) me custou subir, estava espantado com a velocidade que cheguei a levar (38Km/h)… mas quando passei pela rotunda do topo e comecei a descer, senti o vento de frente e tive dificuldade em estar nos 33Km/h. O vento foi a grande dificuldade no segmento e pensei que não podia voltar a ficar sozinho naquela descida. Nas voltas seguintes fui sempre integrado em grupos que iam mais adiantados (com uma volta de avanço), protegido do vento e a tentar ir na roda como podia (tenho que treinar mais isto)… Na volta final, fui num grupo de adversários directos e até cheguei a puxar por eles. Ainda tive espaço para me alimentar e… separámo-nos. Eu fui um dos que se adiantou (fiquei com um destes companheiros à frente. Foi neste segmento que dei conta do apoio da minha família (mulher e filho)… e como é bom!!!

2ª TRANSIÇÃO

Mal percebi, estava na 2ª transição, sentia-me forte, mas com receio do impacto da passagem dos 40 Km de ciclismo para os 10 km de corrida. Coloquei a bicicleta junto ao local onde estava o meu nome (caramba, estava lá o meu nome… e foi fácil encontrar o meu “pouso”), tirei o capacete… e… ainda pensei se faltava alguma coisa, mas tinha as sapatilhas calçadas e… lá fui.

ATLETISMO

O percurso tinha uma rampa bem puxad
a, mas era feito pelas principais artérias da cidade, com público e dois abastecimentos (4 voltas). Tive que gerir o esforço, mas tentei tirar prazer da coisa. Acabei por estar junto dos atletas de top e assisti por dentro ao despique entre a Anais Moniz e a Barbara Clemente, que passaram por mim já na última volta (delas), bem perto do fim. O meu prazer lá estava, com o apoio da mulher e filho por cada passagem pela meta e de outros companheiros que estavam nesse dia de fora. Já na última volta, quando só tinha adversários directos ou atrasados, puxei um pouco mais e acabei bem forte. Mais uma vez, parecia que poderia continuar.

Estou extremamente satisfeito com o que fiz neste ano e meio, depois de deixar de fumar e de ter decidido começar a correr e andar de bicicleta para fazer um triatlo olímpico. Na altura, o que me moveu foi a ideia de fazer isto que alcancei ontem. Mas pelo meio outros objectivos foram estabelecidos. O Ironman é para mim o próximo grande objectivo. Possivelmente não vai ser no ano de 2010, como pensei inicialmente, porque a família vai aumentar em Dezembro próximo, mas eu chego lá… Para já vou tentar estar no Triatlo Olímpico de Setúbal, fazer a Maratona do Porto e fazer um Half Ironman (ainda pensei ir a Sanabria fazer um Duplo Olímpico, mas provavelmente só o vou fazer o Triatlo internacional de Lisboa Longo, dia 25 de Abril do próximo ano)… O impacto que os treinos para esta modalidade têm na nossa vida familiar e profissional tem que ser muito bem gerido… Mas vou aproveitar ao máximo o facto de já estar "cá dentro" e de sentir vontade de continuar a progredir…

Tenho que arranjar um clube.


Há um a série de gente que me apoiou nisto… e tenho-os comigo.

domingo, 12 de julho de 2009

Hoje foi o dia da Meia maratona de Matosinhos.

Foi a primeira vez que fiz esta prova e achei mais dura do que estava a contar inicialmente. Fui sem grandes expectativas, com o pensamento de fazer um treino mais puxado que o normal, numa ambiente de corrida popular, como é do meu gosto.

Ia comigo o meu primo Ricardo, que tem andado a treinar como deve ser (!!!!), mas separamo-nos logo na fase inicial na confusão da partida. Quando nos cruzámos em Leça da Palmeira apercebi-me que ele ia num ritmo muito bom. Ainda pensei em aguardar por ele, mas (é nisto que acredito:) cada um com o seu prazer… e segui a minha corrida.

Acabei com o tempo de 01:43:22, no lugar 389º de 634 atletas que concluíram esta prova.

Comecei bem, a um ritmo forte e já depois da primeira passagem pela meta encontrei o João Meixedo. Como ele tinha GPS disse que íamos a um ritmo de 4:25min/Km, o que para mim era exagerado… Pensei em segui-lo, mas pouco depois acabei por me deixar levar num ritmo mais lento porque o corpo estava a começar a pedir. Aos 10km estava com 46min. e pensei que era a altura de optar entre fazer uma prova para um bom tempo ou, apenas, para um treino mais duro. Optei pela segunda possibilidade, porque (1) não tenho feito treinos para este tipo de distâncias e (2) era mais confortável :).

Segui “o ritmo do meu cansaço”, sem forçar muito. Aos 15Km estava com 01:12h e ainda pensei em correr um pouco mais rápido para descer abaixo de 01:40h, mas não me saiu... Quando cheguei ao final, lá veio o prazer de sempre… Como gosto destas sensações…

Ainda encontrei e cumprimentei, por fim, os companheiros da blogosfera: Meixedo (que tinha conhecido na fase inicial da corrida) Capelas, Velhote (com quem também troquei um comprimento efusivo num dos cruzamentos de atletas) … ficou a faltar o Miguel
Gostei muito da curta conversa que tive com eles (falei mais com o Velhote)… ao certo voltaremos a conversar, até porque há interesses comuns (um grande abraço para eles e para os outros companheiros da blogosfera com quem espero continuar a privar durante muitos e muitos anos).

O meu primo Ricardo acabou por fazer um excelente tempo (aproximadamente 01:47h), tendo em consideração que era a sua 2ª meia maratona (fez a da Sport Zone há quase um ano) e também não tem feito treinos muito longos…
Parece-me que ele está pronto para fazer uns treininhos longos e até pode ser que vá à grande festa do atletismo cá do Norte (Maratona do Porto)…

Uma última nota para a animação que havia por Matosinhos... nalguns locais foi muito agradável o apoio do público... gostei muito desta prova.

Abraços para todos.

Rui


domingo, 5 de julho de 2009

O meu primeiro triatlo sprint…

Desloquei-me hoje a Vila Nova de Cerveira e Tomiño para fazer o meu primeiro triatlo na distância sprint (750m+20km+5km). Mas foi especial, por duas razões: (1) quer o segmento de ciclismo, quer o de atletismo decorreram fora de estrada asfaltada, o primeiro em BTT e o segundo com desníveis e terreno que eram do género corrida de montanha; (2) e também era uma organização luso-galaica, neste caso com a responsabilidade maior a cair para o lado da Federação Galega de Triatlo, representando o primeiro evento em que participei fora do meu país (mas não completamente…).

Para mim foi um prazer enorme fazer este triatlo. Gosto cada vez mais de BTT e voltei a experimentar uma sensação óptima na corrida fora de estrada… Para além disso, foi a segunda vez que nadei em águas abertas, a 15 dias da minha estreia num triatlo olímpico (III Triatlo de Aveiro) e a primeira vez na distância de 750mts, e que correu muito melhor do que esperava.

Acabei os três percursos com 01:36:12.

RELATO:

Manhã cedo rumei a Vila Nova de Cerveira com a família. Resolvemos fazer um piquenique ao almoço que foi digerido entre o parque de transição 1 (Espanha) e 2 (Portugal)… A natação começava em Espanha, acabava em Portugal (onde estava a 1ª transição) e o BTT era feito junto ao castelo de Vila Nova de Cerveira e acabava do outro lado da ponte da amizade, onde decorria a corrida final.

A natação deixava-me apreensivo, mas era uma questão de ritmo… poderia ir forte e ficar rapidamente cansado, ou tentar fazer a travessia do rio Minho mais calmamente e era improvável cansar-me. Optei pela segunda estratégia, e pouca pancada levei na largada e na passagem pelas bóias, aliás, dei alguma, excepto já nos metros finais que alguém me enfiou a cabeça para baixo, no rio… Ainda perdi uns segundos, mas, depois de tirar o fato e calçar as sapatilhas que também seriam utilizadas na corrida, e com a bicicleta em movimento, o meu cronómetro marcava 14:26min… significando que terei feito o segmento de natação em menos de 14 min. Bom augúrio, penso eu. O BTT fez-me perder posições… senti que havia BTTistas a recuperar lugares que tinham perdido na natação. Mas correu-me sempre bem, também não dei o máximo porque a atenção tem que ser sempre grande… mesmo assim, subi sem apear, a dar o máximo, e desci sem medo. Nas zonas de asfalto, segui a roda de companheiros, com uma passagem pontual pela cabeça dos grupos que fui constituindo. Fiz o percurso de BTT em 56:06 min (era o tempo que marcava o ciclocomputador no final). Na transição para a corrida comecei a ter o apoio da minha mulher e filho. No final de cada volta que completava, ouvia bem forte o “força, força” do meu miúdo de 4 anos… Mas não conseguia ter essa força toda. Mesmo assim, não foi um mau segmento, segui o meu ritmo e só na última das 4 voltas, comecei a ter pensamentos de grande prazer que me fizeram correr bem forte na fase final da corrida.

PS: Tem sido difícil arranjar tempo para treinar como deve ser, o trabalho está a estrangular-me os dias… estou a precisar de um treino longo de corrida e, por isso, vou fazer a meia-maratona de Matosinhos.